PROAG BRASIL - PROGRAMA DE AVALIAÇÃO GENÉTICA
A PECUÁRIA BRASIL retoma o desenvolvimento do programa de avaliação genética de ovinos - PROAG BRASIL. A avaliação genética é uma ferramenta essencial para quem quer promover o melhoramento genético do rebanho. A ovinocultura ainda está muito atrasada em relação à bovinocultura, suinocultura e avicultura neste aspecto. Ainda baseamos as nossas decisões sobre compra e descarte de animais em características que não dão nenhuma garantia que trarão os resultados desejados. Avaliação visual, características raciais, filhos de reprodutores famosos, títulos de exposição, entre tantos outros não nos dão a certeza de que estamos comprando um material genético de qualidade. De que este animal transmitirá as características desejadas para o nosso rebanho. É um tiro no escuro, o resultado pode ser bom ou um completo desastre. Leia os tópicos abaixo e entenda melhor.
AVALIAÇÃO GENÉTICA é uma análise estatística que consiste em isolar o efeito genético no desempenho dos animais, excluindo todos os fatores ambientais, como alimentação, lotes de manejo, época de nascimento, tipo de aleitamento, doenças, entre vários outros. Desta forma obtém-se a influência exclusiva que a genética exerce nos aspectos de importância econômica, como ganho de peso, precocidade sexual, resistência a doenças, entre outros.
Com esta informação nas mãos o criador ou técnico consegue identificar, com maior precisão, os animais que carregam uma carga genética mais interessante, sendo mais eficaz na tomada de decisão em seu processo de melhoramento genético.
Essa informação é expressa pelas DEPs – Diferença Esperada na Progênie. A DEP, como o próprio nome diz, indica o que se pode esperar dos filhos de um determinado animal, em relação à média de uma população.
A DEP pode ser calculada para qualquer parâmetro que sofra influencia genética. O ganho de peso, por exemplo, é uma característica que sofre grande influencia genética, e não só de ambiente (alimentação, manejo, sanidade). Prova disso é que há bastante diferença de ganho de peso entre os animais de um mesmo lote recebendo a mesma alimentação e o mesmo manejo sanitário. Todo criador e técnico vivencia isto rotineiramente.
Outra característica de um Programa de AVALIAÇÃO GENÉTICA é que ele leva em consideração, para o cálculo do mérito genético de cada animal, não somente o seu desempenho, mas o de seus parentes. São usados dados de pais, tios, primos, irmãos, filhos, avós, etc. Além disso, são considerados animais em todas as fazendas participantes do programa. Por exemplo, se um reprodutor tem filhos em mais de uma fazenda, os dados de todos os seus filhos são usados no calculo das suas DEPs. Isto torna a avaliação muito mais consistente.
Vamos a um exemplo prático de interpretação de uma DEP:
Uma das DEPs que o PROAG BRASIL calcula é a DEP para peso aos 120 dias (DP120). Imagine que dois reprodutores sejam utilizados em um rebanho, o reprodutor “A” e o reprodutor “B”. Suponhamos que o reprodutor “A” tenha uma DP120 de 1.500 g e o reprodutor “B” tenha uma DP120 de 1.000 g negativos. A diferença entre as suas DEPs é de 2.500 g, ou seja, 1500 - (-1000). Se estes reprodutores forem utilizados em matrizes da mesma qualidade genética e submetidas a condições ambientais idênticas, a média de peso, aos 120 dias de idade, dos filhos do reprodutor “A” será 2.500 gramas maior que a média de peso dos filhos do reprodutor “B”.
O PROAG BRASIL OVINOS é um programa de avaliação genética de ovinos desenvolvido pela PECUÁRIA BRASIL ASSESSORIA em conjunto com o INSTITUTO DE ZOOTECNIA (IZ) DE SÃO PAULO. Esta instituição pertence à Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios, vinculada à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, foi fundado em 1905 e possui em sua equipe Pós-Doutores, Doutores e Mestres em genética animal. Desde a década de 50 atua amplamente em pesquisas genéticas na bovinocultura sendo responsável pelo fomento a diversas tecnologias nesta área, inclusive pelo desenvolvimento do Programa de Melhoramento Genético do IZ para a raça Nelore. Mais recentemente tem também voltado seu foco de atuação para a ovinocultura.
O PROAG BRASIL possui uma base de dados que vem se formando há mais de uma década. Inicialmente desenvolvemos o Programa para a raça Santa Inês, entre os anos de 2007 e 2010, publicando o primeiro sumário para esta raça em 2007.
Atualmente, além de prosseguir com a avaliação do Santa Inês, estamos formando uma base de dados para as raças Texel, Ile de France, Dorper e Suffolk, entre outras, com a previsão de soltar a primeira avaliação para várias destas raças já no ano de 2016.
O Proag Brasil Ovinos gera as seguintes DEPs para o seu rebanho:
Peso ao Nascimento (efeito direto e materno):
O peso ao nascimento deve ser adequado para que haja uma boa taxa de sobrevivência de cordeiros além de estar diretamente relacionado ao ganho de peso dos mesmos. Mas um peso exagerado ao nascimento pode provocar problemas ao parto, principalmente em borregas. Portanto é recomendado o uso de reprodutores e matrizes com DEP próxima a zero ou levemente negativa quando se tem este tipo de problema.
Peso aos 45 dias de idade (efeito direto):
Característica que avalia a capacidade de crescimento do animal na fase anterior ao desmame. A DEP indicativa de peso aos 45 dias de idade é a DP45. Reprodutores e matrizes com DEPs positivas e mais elevadas são indicados.
Peso aos 45 dias de idade (efeito materno):
Caraterística indicadora da habilidade maternal da ovelha no período inicial de aleitamento. Esta característica reflete a capacidade de produção de leite da ovelha e também o nível de proteção que ela fornece ao filhote. A DEP indicativa do efeito maternal aos 45 dias de idade é a MP45. Reprodutores e matrizes com DEPs positivas e mais elevadas são indicados.
Peso aos 90 dias de idade (efeito direto):
Característica que avalia a capacidade de crescimento do animal ao desmame. A DEP indicativa de peso aos 90 dias de idade é a DP90. Reprodutores e matrizes com DEPs positivas e mais elevadas são indicados.
Peso aos 90 dias de idade (efeito materno):
Caraterística indicadora da habilidade maternal da ovelha no período total da amamentação. A DEP indicativa do efeito maternal aos 90 dias de idade é a MP90. Reprodutores e matrizes com DEPs positivas e mais elevadas são indicados.
Peso aos 120 dias de idade (efeito direto):
Característica que avalia a capacidade de crescimento do animal imediatamente após o desmame, refletindo também a capacidade de adaptação do animal a esta nova fase. É também uma característica indicadora de peso ao abate. A DEP indicativa de peso aos 120 dias de idade é a DP120. Reprodutores com DEPs matrizes positivas e mais elevadas são indicados.
Peso aos 180 dias de idade (efeito direto):
Característica que representa o peso do animal ao abate. A DEP indicativa de peso aos 180 dias de idade é a DP180. Reprodutores e matrizes com DEPs positivas e mais elevadas são indicados.
Coloração da mucosa conjuntiva (efeito direto):
Característica indicativa de resistência à verminose. Mucosas mais claras são indício de infestação por helmintos da espécie Haemonchus contortus. A DEP indicativa de coloração da mucosa é a DCMC. Reprodutores e matrizes com DEPs positivas e mais elevadas são indicados.Leia sobre esse assunto
São realizadas 2 avaliações genéticas por ano, nos meses de Fevereiro e Agosto, com a geração destas DEPs para cada animal participante do programa.
De posse dessas informações o criador consegue identificar quais os animais atendem melhor ao seu objetivo na criação, selecionando e mantendo no plantel somente os melhores, descartando os piores. Dessa forma o incremento genético no plantel é enorme, conseguindo resultados zootécnicos cada vez melhores.
Há um conceito geral de que somente criadores de animais "Elite", ou destinados à venda como reprodutores, é que precisam participar de um programa de avaliação genética. Isto não é verdade.
Rebanhos comerciais têm por necessidade alcançar índices zootécnicos excelentes para conseguir tornar a atividade lucrativa. Um bom ganho de peso, alta eficiência reprodutiva, e boa resistência às doenças, entre outros fatores, são essenciais para o sucesso da ovinocultura.
Além disso, o mercado tem exigido produtos de alta qualidade, carcaças padronizadas e com maior rendimento de cortes nobres.
Todos estes fatores estão diretamente relacionados à qualidade genética do rebanho. A boa notícia é que é possível melhorar geneticamente o seu plantel para alcançar índices cada vez melhores. E isto está ao alcance de todos os criadores, comerciais ou de "Elite".
Não basta somente a utilização de reprodutores provados no plantel, comprados de rebanhos avaliados. É necessário conhecer o seu plantel. A matriz contribui com 50% da genética dos seus descendentes e por isso é necessário conhecer a genética de cada uma delas para acelerar o processo.
O fato de um reprodutor ser avaliado geneticamente não garante que ele seja "melhorador". Este é um conceito importante. Um reprodutor só é melhorador se ele for superior ao rebanho onde está sendo usado. E isso só pode ser conhecido se o rebanho onde ele é usado também é avaliado.
Por exemplo: como é possível garantir que um reprodutor com uma DEP para peso aos 120 dias (DP120) de 800g é "melhorador" ou "piorador"? Se o rebanho onde ele está sendo usado tiver uma DP120 média de 500g, ele é "melhorador". Mas se a DP120 média das matrizes for de 1000g, ele é "piorador". Ou seja, o mesmo reprodutor para rebanhos diferentes pode ser bom ou um completo desastre, fazendo o rebanho regredir geneticamente.
Indo mais além, falamos em média das matrizes, mas sabemos que normalmente os rebanhos são compostos por matrizes de qualidade genética muito heterogênea. Existem matrizes boas e matrizes ruins. Portanto dentro de um mesmo rebanho um reprodutor pode ser "melhorador" para algumas matrizes e "piorador" para outras. Sem essa informação os acasalamentos realizados tem uma grande chance de comprometer o trabalho de melhoramento do plantel.
É essencial, portanto, que, para realizar um processo de melhoramento genético em rebanhos comerciais de forma eficaz, todo o rebanho seja avaliado geneticamente, e não apenas os reprodutores utilizados.
Na outra ponta, criadores de rebanho "Elite", para atenderem seus clientes com material genético provado, somente o conseguirão através da participação em um programa de avaliação genética. É uma tendência que não tem como parar. Os criadores comerciais estão tomando cada vez mais consciência da necessidade de comprar animais de qualidade, que tenham a capacidade de transmitir uma boa genética para o seu plantel. Caso contrário o prejuízo é certo. Mais cedo ou mais tarde o mercado só comprará reprodutores com DEP. Quem sair na frente chega primeiro.
Para participar do Proag Brasil é fácil. Como pré-requisitos são necessários apenas manter uma boa escrituração zootécnica do plantel e a disponibilidade de uma balança adequada à pesagem do rebanho.
Entre em contato conosco para solicitar o sua inserção no programa.
- Inserção no Programa
Um técnico credenciado realizará uma visita ténica à sua propriedade, para realizar as seguintes ações:
- Coleta de dados e envio para Pecuária Brasil
Após esta fase inicial os dados coletados devem ser enviados para a Pecuária Brasil mensalmente. Estes dados serão validados pela nossa equipe e, caso haja alguma inconsistência, entraremos em contato para verificar se houve algum erro e corrigir o problema. É importante que os dados sejam enviados mensalmente para identificarmos os possíveis erros logo no começo e conseguir corrigi-los.
Os dados podem ser enviados via exportação do banco de dados para quem utiliza o software Pecuária Brasil, ou através de planilhas eletrônicas (excel) para quem não utiliza. Estas planilhas devem ser as fornecidas pela Pecuária Brasil em modelo padronizado.
Abaixo estão relacionados os dados que devem ser coletados:
- Inspeções Técnicas
A cada quatro meses, no mínimo, é obrigatória uma visita do técnico credenciado para realização das inspeções técnicas, nas quais ele acompanhará uma pesagem, realizará novos treinamentos caso necessário, e verificará o bom andamento da escrituração zootécnica. Além destas ações, fica a critério do criador solicitar ao técnico orientações mais específicas para realização do processo de melhoramento genético, como criação de grupos de acasalamento, descarte de animais, seleção e compra de matrizes e reprodutores, entre outras.
O valor do investimento para participar do PROAG BRASIL é composto por uma mensalidade somada às diárias dos técnicos que acompanharão a propriedade:
* Para cada matriz participante avaliada serão avaliados também os seus filhos e os reprodutores acasalados com elas. Todos eles terão suas DEPs calculadas.
* Com o intuito de reduzir o valor do investimento por parte do criador, é permitido introduzir somente parte do plantel no programa. Em rebanhos grandes pode-se fazer uma pré seleção de matrizes, cadastrando somente estas pré selecionadas no PROAG BRASIL. Este lote seria como um núcleo formador de genética, de onde sairiam os melhores para disseminar a genética pelo restante do rebanho.
* O número mínimo de matrizes a serem inseridas é de 100 cabeças. O valor mínimo da mensalidade é R$ 100,00, mesmo para rebanhos com menos de 100 matrizes.
O Técnico Credenciado do PROAG BRASIL é a pessoa responsável pela implantação e manutenção do programa no campo, contribuindo para que a metodologia seja implantada de forma correta na propriedade.
Um processo de avaliação genética demanda que as informações que compõem a base de dados sejam confiáveis. Estas informações farão parte de uma base de dados nacional, cujo resultado da avaliação, as DEPs, são amplamente utilizadas por inúmeros criadores participantes ou não do programa. As DEPs são utilizadas na comercialização de animais, no estabelecimento de grupos de acasalamento, na definição de animais a serem descartados, e em muitas outras decisões importantes para quem as toma.
Portanto, é de suma importância que nossos parceiros sejam criteriosos em seu trabalho, trazendo uma contribuição imensa à pecuária nacional.
As responsabilidades básicas do técnico credenciado são:
Mas além dessas ações, que são obrigatórias para atender à metodologia do programa, os técnicos têm à mão uma informação diferenciada para assessorar as propriedades que assistem. As DEPs são informações estatísticas altamente confiáveis que, se usadas corretamente no processo de melhoramento genético, são a base para uma evolução real do rebanho, acarretando maiores ganhos de peso, eficiência reprodutiva e resistência a doenças. No final das contas, isso se traduz em maior sucesso e lucratividade para todos os envolvidos.
A bovinocultura de corte e de leite, a suinocultura e a avicultura usaram o melhoramento genético como alicerce de seu crescimento, utilizando informações estatísticas confiáveis para executa-lo, as DEPs. A ovinocultura está atrasada neste aspecto, baseando um trabalho de tamanha importância ainda em aspectos visuais, títulos de campeonatos e fama, como aval da qualidade genética. Transformar esta situação é a principal função dos técnicos credenciados e parceiros do PROAG BRASIL.
O técnico credenciado deve ter formação média ou superior na área:
Os técnicos credenciados são remunerados por visita realizada às propriedades, recebendo uma diária mais despesas. No caso de visitas solicitadas pela Pecuária Brasil, são remunerados de acordo com a tabela praticada pela empresa, recebendo diretamente da mesma. Em caso visitas à propriedades as quais os técnicos já assistem, esta remuneração pode também ser negociada e acertada diretamente com os clientes.
Caso insiram produtores no Proag Brasil receberão também uma comissão sobre as mensalidades destes produtores.
Para requisitar o credenciamento entre em contato coonosco:
Cel.: (31) 98217-9278
proagbrasil@proagbrasil.com.br