Você já ouviu falar em "replicar" dinheiro? Não? Então vai aprender a fazer isso agora!
Vamos direto ao ponto: A "replicação" do seu dinheiro acontece durante a fase S da interfase, antes do início da divisão celular que acontece na Meiose I.
Entendeu ou não tem ideia do que isso significa? Vou clarear um pouco mais: estamos falando de genética.
O processo descrito acima acontece durante a produção de óvulos e espermatozoides nos seus animais, e é exatamente nessa etapa que acontece a duplicação do DNA. É o DNA do seu rebanho se multiplicando para gerar novos animais, que por sua vez vão gerar lucro. É o DNA da sua fazenda, do seu legado, o seu DNA! É o seu dinheiro se multiplicando!
É esse DNA quem vai determinar se seu animal é lucrativo ou não. Genética ruim não dá lucro. Um rebanho de corte geneticamente melhorado faz toda a diferença no fechamento das contas.
Não estou falando aqui sobre animais de elite, prêmios em exposições, linhagens tradicionais de cada raça. Estou falando do comercial: bois que atingem o peso ao abate precocemente, vacas que produzem mais bezerros durante sua vida e os criam bem, animais saudáveis e longevos, adaptados ao ambiente onde vivem. As pesquisas demonstram o impacto da seleção genética em todos estes aspectos.
Existe um parâmetro que indica o quanto cada uma dessas características é transmitida de pais para filhos: a Herdabilildade. Ela mede o quanto uma característica é “herdável” por ser transmitida geneticamente.
Por exemplo: uma herdabilidade de 0,30 para determinada característica indica que 30% de sua expressão em um animal é determinado pelos genes que ele recebeu de seus pais. Os 70% restantes são influenciados por fatores ambientais como: clima, alimentação, manejo sanitário, entre outros.
Indicadores de ganho de peso, como: Peso à Desmama, Peso ao Ano e Peso ao Sobreano, apresentam herdabilidades que variam entre 0,20 a 0,30. Então você pode falar: “ah, mas somente 20% a 30% influenciado pela genética é muito pouco”. Não, não é. É um valor considerado bom, que dá bons resultados no processo de seleção e melhoramento genético.
Por outro lado, pense comigo: é por isso que não é um trabalho feito da noite para o dia. Leva um tempo. Dá trabalho. É necessário conhecer bem o seu rebanho de corte, o valor genético de cada animal, ter constância no trabalho, identificar os pontos que precisa melhorar para saber muito bem o que deve ser feito.
Você pode ainda contra-argumentar: “então se eu investir somente em alimentação e infraestrutura eu conseguirei muito mais resultado do que investindo em genética. Não vale a pena.”
Não, novamente. Genética é base. É o que dá o potencial para o animal responder às condições ambientais oferecidas. Sem genética de qualidade não adianta dar comida boa.
Como já relacionado acima, além do ganho de peso, outras características de importância econômica em gado de corte possuem uma boa herdabilidade.
Diversos trabalhos mostram herdabilidades de até 0,49 para resistência ao carrapato, em torno de 0,15 para idade ao primeiro parto, de 0,22 a 0,38 para qualidade de carcaça, de 0,19 para características de conformação, 0,26 para musculatura, 0,46 para perímetro escrotal, 0,15 para idade ao primeiro parto, e de 0,22 a 0,26 para características de fertilidade correlacionadas a habilidade materna.
Estes valores indicam ser possível inserir estas características como critérios de seleção gerando ganho genético importante em gado de corte.
Melhoramento genético não é feito somente comprando touros caros ou inseminando suas vacas. O primeiro passo é conhecer o seu rebanho, fazer uma boa escrituração zootécnica, entender quais são os pontos fortes e os pontos fracos existentes atualmente. Veja algumas perguntas que você precisa responder:
1- Quais vacas desmamam os bezerros mais pesados e quais desmamam os mais leves?
2- Quais novilhas pariram antes de 30 meses de idade e quais pariram depois?
3- Quais touros ou sêmen utilizados produziram os bezerros mais pesados do seu rebanho?
4- Os animais tardios no ganho de peso e acabamento de carcaça foram produzidos por quais acasalamentos?
5- Quais vacas desmamaram mais bezerros nos últimos 4 anos?
Você consegue responder a estas questões? Tem a informação nesse nível? É disso que você precisa para fazer melhoramento genético. A partir daí tudo fica mais simples, o principal movimento passa a ser descartar os piores animais e manter os melhores no seu rebanho. Claro que você também precisa trazer genética boa de fora, mas com essa informação você escolhe a dedo o que precisa.
Por isso o controle zootécnico bem feito é uma condição indispensável. Sem ele não tem jeito, pode desistir.
Para quem já tem um bom controle zootécnico, participar de um programa de avaliação genética dará uma informação ainda mais completa: as DEPs (Diferença Esperada na Progênie). Elas são como notas para cada animal em cada característica de importância econômica. A DEP exprime o valor genético do animal, retira a influência do fator ambiental, que pode confundir a avaliação. É uma informação mais direta para identificar a qualidade genética de cada animal.
Portanto, retomando o ponto inicial da nossa conversa, o seu DNA vale dinheiro! Quanto? Depende da qualidade dele. Então cuide disso, aumente o seu valor e depois “replique-o”, quantas vezes puder.
E agora que você já sabe como “replicar dinheiro”, mão na massa! Quer saber mais ou precisa de ajuda para dar os primeiros passos no melhoramento genético do seu rebanho de gado de corte? Nós, da Pecuária Brasil, podemos te ajudar nesse processo. Temos as melhores ferramentas para isso. Assine nossa Newsletter ou entre em contato para conversarmos mais!
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