29/06/2017 - TEMA: Gado de Leite - Mastite Bovina
MASTITE BOVINA SUBCLÍNICA CAUSA GRANDE PREJUÍZO REDUZINDO A PRODUÇÃO DE LEITE
A mastite bovina é uma infecção da glândula mamária, geralmente de origem infecciosa, de grande importância em rebanhos de vacas leiteiras em todo o mundo, sendo uma das maiores causadoras de prejuízo na atividade.
A maioria das infecções é causada por bactérias, mas também pode ser devido a infecções por micoplasma, leveduras, fungos e algas. Os agentes infecciosos mais comumente encontrados nos quadros de mastite bovina podem ser agrupados em ambientais e contagiosos. Os ambientais estão presentes no ambiente, disseminados no solo, dejetos, água, utensílios e alcançam o teto quando este entra em contato com o ambiente. Os patógenos contagiosos se disseminam pela transferência de um quarto afetado a outro, ou entre uma vaca afetada e outra, durante o processo de ordenha.
A mastite bovina pode ser também classificada quanto à sua forma de manifestação em clínica e subclínica. A primeira, quando há sinais evidentes de inchaço (edema) e dor no úbere, presença de grumos ou pus no leite e, em alguns casos, sintomas de sistêmicos na vaca acometida, como perda de apetite, febre e queda na produção de leite. Na forma subclínica da mastite não há sintomas visíveis, mas há grande queda na produção do leite e alteração em sua composição. A mastite subclínica é a forma mais frequente nos rebanhos, também sendo precursora da mastite clínica.
PERDAS ECONÔMICAS COM A MASTITE BOVINA
A grande perda econômica causada pela mastite bovina ocorre na sua forma subclínica, pela redução na produção de leite. Estudos realizados no Brasil mostram que quartos mamários afetados com mastite subclínica produzem de 25% a 42% menos leite que quartos sadios. Nos Estados Unidos estima-se que os custos ocorridos com mastite bovina chegam a U$ 185,00 por vaca por ano, o que corresponde a U$ 1,8 bilhões anualmente, e que 60 a 70% deste valor são devidos à diminuição da produção de leite (fonte: EMBRAPA).
A figura abaixo mostra a distribuição de custos decorrentes desta enfermidade. Verifica-se que a redução da produção leiteira é, de longe, o maior problema associado a ela. E esta perda de produção quando se fala em rebanho, e não em indivíduo, está fortemente associada à forma subclínica da mastite.
Fonte: Santos e Fonseca, 2007
Isso é um grande problema, pois esta forma da doença passa despercebida, invisível ao produtor caso ele não utilize métodos diagnósticos para detecção da mastite subclínica. É um prejuízo não contabilizado, pois o produtor deixou de faturar e nem sabe disso na maioria das vezes.
Cálculos relacionando a porcentagem de vacas afetadas pela mastite subclínica com a redução estimada na produção de leite (veja tabela abaixo) demonstram que um rebanho com 30% de quartos mamários positivos pode ter uma redução na produção de leite entre 7 a 10%. Contabilize 10% a menos no seu faturamento para visualizar o tamanho do rombo ao longo de um ano.
Casos clínicos são mais alarmantes, pois geram gastos com medicamento, descarte de leite e até perda de vacas. Mas, pelo exposto acima, vemos que estas perdas, embora importantes, são as menores.
DIAGNÓSTICO DA MASTITE BOVINA SUBCLÍNICA
Um dos testes mais utilizados para diagnóstico da mastite subclínica é o CMT – Californa Mastitis Test. É um teste bem prático, que pode ser realizado no campo, baseado na observação visual da mistura de uma pequena quantidade de leite com um reagente específico. Ele estima a quantidade de células somáticas (CCS) presentes no leite, que é um indicativo da existência de um processo inflamatório na glândula mamária. Na presença destas células é formado um gel, cuja concentração é proporcional à quantidade de CCS.
Os resultados possíveis estão relacionados na tabela abaixo e se correlacionam com a perda na produção de leite indicada na última coluna.
Resultado | Viscosidade | CCS Estimada | Perdas de Produção |
Negativo | Ausente | <= 100.000 | 0% |
Traços | Média | 300.000 | 0% |
+ (Uma cruz) | Leve/Moderada | 900.000 | 9 a 18% |
++ (Duas cruzes) | Moderada | 2.700.000 | 18 a 25% |
+++ (Três cruzes) | Intensa | 8.100.000 | > 25% |
Fonte: Philpot e Nickerson (1991) in Santos e Fonseca, 2007
É importante realizar este teste rotineiramente no rebanho, com os seguintes objetivos principais:
- Identificar a incidência da mastite subclínica no rebanho;
- Medir a sua prevalência e estimar as perdas;
- A partir das medidas preventivas adotadas, monitorar o resultado obtido, checando se houve ou não redução da prevalência.
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